Retrato de Théophile Gautier em 1856 por Félix Nadar
GAUTIER
( França )
Pierre Jules Théophile Gautier – Nasceu em Tarbes, 31 de agosto de 1811 – Paris, 23 de outubro de 1872) foi um escritor, poeta, jornalista e crítico literário francês.
Enquanto Gautier foi um ardente defensor do Romantismo, sua obra é difícil de classificar e continua a ser um ponto de referência para muitas tradições literárias posteriores, como parnasianismo, simbolismo, modernismo e decadentismo. Ele foi amplamente valorizado por escritores tão diversos como Balzac, Baudelaire, os irmãos Goncourt, Flaubert, Proust e Oscar Wilde.
Ainda jovem, mudou-se para Paris com sua família. Seu desejo inicial era dedicar-se à pintura mas, influenciado por Victor Hugo, passou a interessar-se pela literatura (especialmente a poesia romântica). Vestindo sempre um colete vermelho e calças verdes, tornou-se personagem conhecida antes mesmo de alcançar a fama como escritor.
Em 1830 publicou suas primeiras poesias, nas quais demonstra habilidade na descrição precisa e colorida de objetos e paisagens. No prefácio de Mademoiselle de Maupin, de 1835, Gautier afirma sua posição estética, seu culto da arte pela arte, seu desdém pela moral, sustentando a tese de que a arte e a moral nada têm em comum.
Aos poucos, afasta-se de seus amigos românticos. Nessa época, por necessidades econômicas, teve de sujeitar-se ao trabalho de crítico dramático, literário e artístico do La Presse e depois do Le Moniteur Universel.
Ao contrário de outros românticos, Gautier não se manifestou ativamente em política. Sua obra compreende coletâneas de poesias, entre as quais: Émaux et Camées, de 1852, obra que teve grande influência sobre Baudelaire, Banville e outros poetas parnasianos; romances como O Romance da Múmia, de 1858 e Capitão Fracasse, de 1863; diários de viagem e o poema L´Art, uma das obras mais importantes e características de Gautier, onde ele proclama o valor absoluto da profissão de artista, a necessidade — para o poeta — de aceitar as dificuldades da técnica, sugerindo a ideia do jogo sutil das imagens e a utilização delicada dos recursos de linguagem.
Faleceu aos 61 anos. Foi sepultado no Cemitério de Montmartre, em Paris.
Sua produção estava, até meados do século XX, dispersa e havia naquela época a estimativa de que montava em mais de duzentos volumes, que o colocam dentre os mais produtivos e originais autores de seu tempo.
Biografia: pt.wikipedia.org
CLÁSSICOS JACKSON – VOLUME XXXIX POESIA 2º. Volume. Seleção de ARY MESQUITA. São Paulo, SP: W. M. Jacson Inc., 1952. 293 p. encadernado. 14 x 21,5 cm Ex. bib. Antonio Miranda
A NUVEM
(Tradução de GONÇALVES CRESPO)
As roupas deslaçando, entra no banho
A lânguida sultana enamorada:
Livre do pente, os ombros nus lhe beija
A longa e fina trança desatada.
Atrás dos vidros o sultão a espreita;
E consigo murmura: como é bela!
“Ninguém a vê, ninguém! o negro eunuco
Do harém na torre solitário vela!”
— Eu a vejo, uma nuvem lhe responde
Do sereno e alto azul iluminado:
— Vejo-lhe os seios nus, vejo-lhe o dorso,
— E o seu corpo de pérolas colmado,
Fez-se pálido Ahmed bem como a lua,
E erguendo o seu kandjar de folha rara,
Desce, e apunhala a nua favorita...
Quanto à nuvem... no azul se dispersa...
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Página publicada em abril de 2023
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